2005

2005

No dia 8 de julho,  um assessor do Deputado José Nobre Guimarães do PT-CE (irmão do então presidente do PT, José Genoino,) foi preso em São Paulo com dólares nas roupas íntimas. 

Em 2005, através do escândalo da compra de parlamentares do Congresso Nacional por parte do Partido dos Trabalhadores, conhecido como escândalo do  "Mensalão", ficou claro, para todo Brasil que o Partido dos Trabalhadores era  uma organização criminosa. A situação era tão grave que, segundo o deputado delator Roberto Jefferson, “a verdade está na boca dos bandidos”. Mas a grande mídia só tratava o escândalo do "Mensalão" como um fenômeno de corrupção, não alertando à população que o Brasil tinha recebido mais um Golpe de Estado. Para contornar a situação. afim de evitar a cassação do mandato do Lula, FHC assume publicamente ser contra o impeachment.

No dia 23 de outubro, numa tentativa de desarmar a população, já preparando o país para o futuro golpe comunista, é realizado o referendo, com urnas eletrônicas, sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições. No resultado, cerca de 64% da população votou Não, pela proibição da comercialização.

No dia 30 de outubro, Maria Clara Prates, jornalista do Estado de Minas, aponta o envolvimento do MST com as FARC, onde integrantes do MST eram treinados em centros estrategicamente localizados na fronteira entre o Brasil e  o Paraguai, recebendo cursos de técnica de guerrilha.  O Paraguai é um tradicional país de contrabando de armas. Em seu artigo afirmava: "A presença do grupo guerrilheiro colombiano Forças Armadas Revolucionárias (Farc) no Brasil não se restringe hoje apenas à montagem de bases estratégicas para o tráfico de drogas e armas",

No dia 2 de julho, Lula discursa sobre o 15º aniversário do Foro de São Paulo revelando o plano do Foro, o que antes era considerado como “teoria da conspiração” pelos jornalistas. O discurso é uma confissão explícita de uma conspiração contra a soberania nacional.

Discurso do presidente Lula, na celebração dos 15 anos do Foro de São Paulo:

"Meus queridos companheiros e companheiras dirigentes do Foro de São Paulo que compõem a mesa,

E eu queria começar com uma visão que eu tenho do Foro de São Paulo. Eu que, junto com alguns companheiros e companheiras aqui, fundei esta instância de participação democrática da esquerda da América Latina, precisei chegar à Presidência da República para descobrir o quanto foi importante termos criado o Foro de São Paulo.

E digo isso porque, nesses 30 meses de governo, em função da existência do Foro de São Paulo, o companheiro Marco Aurélio tem exercido uma função extraordinária nesse trabalho de consolidação daquilo que começamos em 1990, quando éramos poucos, desacreditados e falávamos muito.

Foi assim que nós, em janeiro de 2003, propusemos ao nosso companheiro, presidente Chávez, a criação do Grupo de Amigos para encontrar uma solução tranqüila que, graças a Deus, aconteceu na Venezuela.

E só foi possível graças a uma ação política de companheiros. Não era uma ação política de um Estado com outro Estado, ou de um presidente com outro presidente. Quem está lembrado, o Chávez participou de um dos foros que fizemos em Havana. E graças a essa relação foi possível construirmos, com muitas divergências políticas, a consolidação do que aconteceu na Venezuela, com o referendo que consagrou o Chávez como presidente da Venezuela.

Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política.

E hoje nós somos um continente em que a esquerda deu, definitivamente, um passo extraordinário para apostar que é plenamente possível, pela via democrática, chegar ao poder e exercer esse poder.

E é por isso que eu, talvez mais do que muitos, valorize o Foro de São Paulo, porque tinha noção do que éramos antes, tinha noção do que foi a nossa primeira reunião e tenho noção do avanço que nós tivemos no nosso continente, sobretudo na nossa querida América do Sul.

Se não fosse assim, o que teria acontecido no Equador com a saída do Lucio Gutiérrez? Embora o Presidente tenha saído, a verdade é que o processo democrático já está mais consolidado do que há dez anos atrás.

O que seria da Bolívia com a saída do Carlos Mesa, recentemente, se não houvesse uma consciência democrática mais forte no nosso continente entre todas as forças que compõem aquele país?

A vitória de Tabaré, no Uruguai: quantos anos de espera, quantas derrotas, tanto quanto as minhas.

O que significa a passagem da Argentina?

Os chilenos, depois de tantas e tantas amarguras, num período que muita gente não quer nem se lembrar, estão agora prestes a, pela quarta vez consecutiva, reeleger um presidente, eu espero que uma presidente.

E o que nós precisamos é trabalhar para consolidar, para que a gente não permita que haja qualquer retrocesso nessas conquistas, que são que nem uma escada: a gente vai conquistando degrau por degrau.

E esses companheiros que tiveram a coragem de assumir essa tarefa, eu acho que hoje podem estar orgulhosos, porque valeu a pena a gente criar o Foro de São Paulo.

Nós não conseguiremos fazer as transformações que acreditamos e por que brigamos tantos anos em pouco tempo. É um processo de consolidação.

Eu quero dizer uma coisa para vocês: não está longe o dia em que o Foro de São Paulo vai poder se reunir e ter, aqui, um grande número de presidentes da República que participaram do Foro de São Paulo.

Vejam que os companheiros do Movimento Sem-Terra fizeram uma grande passeata em Brasília. Organizada, muito organizada. E todo mundo achava que era um grande protesto contra o governo. O que aconteceu? A passeata do Movimento Sem-Terra terminou em festa, porque nós fizemos um acordo entre o governo e o Movimento Sem-Terra, pela primeira vez na história, assinando um documento conjunto.

Esses dias, fizemos não sei quantos acordos, 26 acordos, com a Venezuela. Os partidos têm que se encontrar, os parlamentares têm que se encontrar, o Foro de São Paulo tem que exigir cada vez mais a criação de um parlamento do Mercosul para que a gente possa consolidar definitivamente o Mercosul, não como uma coisa comercial, mas como uma instância que leve em conta a política, o social, o comercial e o desenvolvimento.

Esse trabalho é um trabalho que leva anos e anos. E nós apenas estamos começando.

Por isso, meus companheiros, minhas companheiras, saio daqui para Brasília com a consciência tranqüila de que esse filho nosso, de 15 anos de idade, chamado Foro de São Paulo, já adquiriu maturidade, já se transformou num adulto sábio. E eu estou certo de que nós poderemos continuar dando contribuição para outras forças políticas, em outros continentes, porque logo, logo, vamos ter que trazer os companheiros de países africanos para participarem do nosso movimento, para que a gente possa transformar as nossas convicções de relações Sul-Sul numa coisa muito verdadeira e não apenas numa coisa teórica.

E eu estou convencido de que o Foro de São Paulo continuará sendo essa ferramenta extraordinária que conseguiu fazer com que a América do Sul e a América Latina vivessem um dos melhores períodos de democracia de toda a existência do nosso continente.

Muito obrigado a vocês. Que Deus os abençoe e que eu possa continuar merecendo a confiança da Coordenação, que me convide a participar de outros foros. Até outro dia, companheiros." (Extrato)


Renan Calheiros assume a presidência do Senado Federal, renunciando ao cargo em 2007, após várias denúncias de corrupção. Mais tarde se elege novamente Senador,  sendo eleito, no dia primeiro de fevereiro de 2013 presidente do Senado Federal para o biênio 2013-2014 com 56 votos a seu favor. Nas manifestações de Junho de 2013 os protestantes exigiam que fosse afastado das suas funções, havendo inclusive uma petição popular com 1,6 milhão de firmas.

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